A Cruz de Jesus

“O MESTRE DO AMOR ESPERA QUE NOS AMEMOS TAMBÉM!”

“Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.”
(Jo 15:6)
“Nisto conhecerão todos, que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros.”
(Jo 13:35)
INTRODUÇÃO:
Somente os pequenos conseguem, ser grandes! Jamais alguém tão grande se fez tão pequeno para nos ensinar grandes lições. Ninguém é perfeito, até que se torne alvo do amor de alguém, pois o amor intenso cobre imperfeições e pecados. (1Pe 4:8) Nós somos o alvo do amor de Deus! É por isso que Ele não enxerga defeitos em nós.

POÉTICO EM MEIO A DOR:
Não é possível produzir idéias brilhantes quando o corpo sente dor, pois os instintos prevalecem sobre a capacidade de pensar, raciocinar. Contudo, quando analisamos o início da crucificação de Jesus, quase lançamos por terra essa tese. Do ponto de vista psicológico, é humanamente impossível produzir pensamentos altruístas, pregado numa cruz. Contudo, Jesus produziu, e no ápice da dor física e emocional, proferiu as mais belas poesias de solidariedade. Você já tentou fazer como Jesus? Se os seres humanos se deixassem contagiar pela grandeza da sua humanidade, haveria mais felicidade e menos tristeza em nosso planeta, mais saúde física e emocional, consequentemente, mais tempo de vida.
Há 300 anos Shakespeare disse que nos tornamos perfeitos quando somos amados; Há mais de 2000 anos Paulo escreveu que “o amor nunca falha”; e há 3000 anos Salomão disse que o ódio suscita contenda, mas o amor cobre falhas. O ódio é implicante e atravessa o tempo. Não é o tempo que cura as feridas, e sim o amor. Se nos escondermos atrás do tempo, ainda que passe dez anos, a ferida voltará a doer. O amor nos faz ver o próximo com olhar de misericórdia e não de julgamento, nos faz estender a mão para abraçar e não para agredir; alçar a voz para consolar e não para ofender; nos faz entender que, quando uma pessoa nos agride é porque ela está muito mais agredida por dentro; que não é porque uma pessoa não ama do jeito que a gente quer que ela ame, que ela não ame com tudo o que pode amar. Há pessoas que amam, mas não sabem se expressar. Experimente abraçar uma pessoa amarga; ela vai chorar.

8 FRASES DE IMPACTO PROFERIDAS POR JESUS ENQUANTO ESTAVA NA CRUZ
Foram as seis horas mais impactantes da História. Para cada hora, uma frase poética, elaborada em meio ao sofrimento. Jesus foi crucificado na terceira hora do dia. (Mc 15:25) Como o dia dos judeus começa às 6 da manhã, Ele foi crucificado às 9, e morreu às 3 da tarde. Foram seis horas de martírio. Nunca uma manhã foi tão dramática e uma tarde tão aflitiva.
· 1ª frase: “Pai, perdoa-os, porque eles não sabem o que fazem...” – Inocentando seus algozes;
· 2ª frase: “Ainda hoje estarás comigo no paraíso” – Consolando um criminoso;
· 3ª frase: “Mulher, eis ai teu filho...” – Consolando sua mãe;
· 4ª frase: “Eis ai tua mãe...” – Consolando João;
· 5ª frase: “Meu Deus, Meu Deus, por quê me abandonaste?”;
· 6ª frase: “Tenho sede...”
· 7ª frase: “Está consumado!”
· 8ª frase: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito...” – Também um brado de vitória.

Nesta lição abordaremos a 1ª frase, seu impacto e revelação. Só quem ama como pai e filho pode entender o que se passou naquelas seis horas.

ELE ERA INOCENTE, MAS RECEBEU DESTAQUE NA HUMILHAÇÃO.
Jesus estava no centro, crucificado entre dois ladrões, e não havia cometido injustiça alguma. Você já foi injustiçado? Seu nome teve destaque na humilhação? Jesus sabe o que é isso, pois também passou o mesmo, mas deixou-nos o seguinte recado: Nem sempre seremos livres das injustiças, mas “Bem aventurados os perseguidos por causa da justiça, os que são injuriados por minha causa, e perseguindo com calúnias e mentiras... Exultai, porque é grande o galardão.” (Mt 5:10-12) – Sendo assim, quando passarmos por situação semelhante, não podemos pensar que é porque Deus nos abandonou, e sim, porque, enquanto estivermos nesse mundo, estamos fadados a passar por isso também.

OS MINUTOS INICIAIS DE UM TRAUMA SÃO OS MAIS DOLOROSOS.
Cremos que a reação do primeiro ladrão a ser crucificado deve ter sido de desespero, pavor e ódio daqueles que o agrediam. Não era mais um homem na cruz, mas um animal enraivecido. Quanto mais se movia, mais os pregos roçavam as raízes nervosas dos punhos e dos pés causando uma dor insuportável. Jesus sofreu as mesmas dores, mas reagiu diferente. Embora seu coração estivesse acelerado, suando frio e bastante ofegante, Ele governava seu corpo, conservava a liderança do seu eu, e sua lucidez segundo após segundo. Ele sentiu dor, mas não odiou seus agressores. Ele sofria sem gritar, não se debatia nem se esquivava. Nunca foi tão fácil crucificar alguém. Assim como Jesus, nós também passamos pelas mesmas aflições dos homens, e precisamos ter comportamentos diferenciados. Nenhum dos seus biógrafos relatou desespero nessa hora. Descreveram sua alma profundamente angustiada na noite em que foi preso, mas na cruz, ninguém relatou ansiedade ou descontrole. Parece que, depois de se preparar para tomar o cálice, também se preparou para enfrentar o caos. Quando todos esperavam que no ápice da dor, a lucidez de Jesus fosse abolida, ele encheu os pulmões e proclamou: “Pai, perdoa-os, porque eles não sabem o que fazem.” (Lc 23:34) – creio que seja essa mesma reação que o Pai espera de nós ante os nossos agressores.

OS BASTIDORES DA CRUZ
Ao dizer essa frase, Jesus indica que, além do cenário exterior, que todos enxergavam, existia um cenário ímpar por trás dos bastidores, onde o que contava era a filiação, a aliança, a extrema comunhão e cumplicidade entre Pai e Filho na realização de um plano. Sim! O filho que passa pela cruz consciente dos propósitos do Pai, sofre com resignação. Com essa frase, Jesus revela que, para ele, o principal expectador da sua dor, era um personagem invisível, o ator principal daquele filme que ninguém mais enxergava, só Ele. Incrível, como tudo se assemelha! Este mesmo expectador invisível está nos bastidores dos nossos sofrimentos. Há momentos em que estamos cercados de pessoas que choram conosco, algumas até riem da nossa desgraça, mas conseguimos enxergar esse personagem invisível nos fortalecendo.
Seu corpo estava debilitado, mas sua mente e seu espírito permaneciam concentrados no Pai, no objetivo de agradá-lo, e por isso encontrava energia para suportar todo aquele sofrimento. O Pai não pode ser um delírio produzido pelo estresse, nem pode ser duvidado pela ausência de socorro. O Pai é real em todos os momentos. Jesus declarou que Deus era seu pai, não só quando estava livre, caminhando pela Galiléia e Judéia, mas também quando todas as suas células morriam. Qualquer pai entraria em desespero ao ver seu filho sangrando e sofrendo. Na multidão que se aglomerava, havia lágrimas de alguns admiradores, mas nos bastidores da cruz, havia soluços inaudíveis: O Pai chorava!

A FINALIDADE DE TANTA DOR.
João 3:16 diz que é o amor que o Pai sente por nós, a finalidade dessa dor. Será que valemos tudo isso? Merecemos tanto? Creio que ainda não nos demos conta da imensidão desse amor, do contrário seríamos mais gratos, mais tementes, mais amorosos, mais obedientes. Pela primeira vez o Pai expõe sua limitação por conta de uma loucura de amor.
· Deus é onipresente, o tempo para Ele não existe, Ele está nas duas extremidades do tempo, contudo, quando seu Filho morreu, o tempo parou para Ele;
· Deus também é onisciente, sabe e conhece todas as coisas, até o que pensamos, tudo ele vê e sonda, mas ao ver seu filho morrendo, provavelmente esqueceu-se do universo e se concentrou no seu sofrimento. Ora, se o seu amor por nós é tão intenso, ele também se concentra nos nossos sofrimentos.
· Deus também é onipotente, Ele tem todo poder, seu poder não tem limite, todavia, experimentou pela primeira vez uma limitação. Tinha todo o poder para salvar seu Filho da cruz, mas não o fez, porque seu objetivo maior era salvar a humanidade. Jesus podia sair da cruz, mas não saiu, porque queria realizar o desejo do Pai. (Hb 10:7) Uma unidade intensa de amor, e que amor temos devolvido para Ele?

Não há explicação científica para isso. O amor de Deus é ilógico, sem razão, sem explicação, é pura Graça. Somente o amor é capaz de nos levar a esquecermos de nós mesmos e nos doarmos aos outros sem medida. Criticamos quando vemos pessoas amando ilimitadamente, mas esse é o verdadeiro amor, que tudo sofre, tudo espera, tudo suporta, que se doa, se gasta, se rebaixa, se inferioriza para tornar o outro, superior. (1Co 13) É o que o Pai e o Filho demonstram aqui. Não sabemos quem sofreu mais, se o Pai, ou o Filho. Não há morte pior que a da crucificação, mas não há nada pior para um pai, do que ver seu filho sofrendo, morrendo, de forma tão cruel. Pai e Filho se contorceram de amor e dor por nós. Se os homens se amassem desse jeito, as lágrimas da dor cessariam, e as da solidariedade irrigariam os solos do mundo. Para justificar a humanidade, o Autor da vida escolheu a mais sublime forma de amor. Quem sofre por amor, convence. Sendo assim, Jesus espera que seus discípulos também sejam capazes de amar como Ele amou.

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